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Avaliação de 5 anos do risco de desfechos cardiovasculares em pacientes com leucemia mielóide crônica tratados com imatinibe, dasatinibe ou nilotinibe: estudo retrospectivo com dados do registro TriNetX

Rafael Amorim B. Nunes, Precil M. M. Neves, Leandro M. A. da Costa, Philip Bachour, Marcelo J. C. Cantarelli, Gustavo B. F. Oliveira
HOSPITAL ALEMÃO OSWALDO CRUZ - SÃO PAULO - SP - BRASIL

Introdução

Os inibidores da tirosina quinase (TKI) BCR-ABLrevolucionaram o tratamento de pacientes com leucemia mielóide crônica (LMC). No entanto, surgiram preocupações acerca do perfil de segurança cardiovascular destes medicamentos. 

 

Objetivos

Comparar os riscos no longo prazo de desfechos cardiovasculares adversos em pacientes com LMC tratados com TKI Bcr-ABL de primeira linha, utilizando dados de uma grande rede multinacional.

 

Métodos

Pacientes com idade ≥ 18 anos com leucemia mielóide crônica tratados com imatinibe, dasatinibe ou nilotinibe e sem doença cardiovascular prévia incluídos no registro TriNetX. Os desfechos primários foram  eventos cardiovasculares adversos  ( angina instável ou infarto do miocárdio ou acidente vascular encefálico) , insuficiência cardíaca ou fração de ejeção ventricular esquerda (FEVE) < 50% e eventos tromboembólicos venosos (TEV) 

 

Análise Estatística

Utilizamos o pareamento pelo escore de propensão para equilibrar os coortes. Foram calculadas as incidências cumulativas de 5 anos, curvas de Kaplan-Meier e razões de risco entre os grupos. 

 

Resultados

Identificamos 3.722 pacientes com LMC em tratamento com imatinibe (n = 1.906), dasatinibe (n = 1.269) e nilotinibe (n = 547).  Os pacientes  com imatinibe em comparação ao dasatinibe apresentaram um risco mais elevado de evento cardiovascular (razão de risco 2,13, 95% IC 1,15-3,94, p = 0,016). Os doentes com imatinibe apresentaram um risco inferior ao do nilotinibe para de evento cardiovascular (razão de risco  0,50, 95% IC 0,30-0,83, p = 0,0074). Em relação à insuficiência cardíaca ou FEVE < 50%, os pacientes com imatinibe apresentaram um risco mais elevado do que o dasatinibe (razão de chances 9,41, 95% CI 1,22-72,17, p = 0,03), mas não foi observada diferença significativa entre imatinibe e nilotinibe (hazard ratio 0,48, 95% CI 0,215-1,01, p = 0,064). Não houve diferença significativa entre os 3 grupos em relação aos desfecho TEV.

 

Conclusões

 

Neste estudo retrospectivo com pacientes com LMC do registro TriNetX, pacientes com nilotinibe apresentaram risco mais elevado de eventos cardiovasculares adversos durante 5 anos, enquanto os pacientes com dasatinibe apresentaram um risco mais baixo do que os com imatinibe. O risco de insuficiência cardíaca foi  maior no grupo imatinibe do que no dasatinibe, mas não quando comparado com o nilotinibe.

 

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