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Maior período de exposição à privação ovariana promove maior risco cardiovascular em modelo experimental de aterosclerose

Bruno Nascimento-Carvalho, Bruno Durante da Silva, Adriano dos Santos , Maikon Barbosa da Silva, Thayna Fabiana Ribeiro , Nícolas Da Costa-Santos , Leandro Ezequiel de Souza, Sérgio Catanozzi, Iris Callado Sanches , Maria Claudia Irigoyen
INSTITUTO DO CORAÇÃO DO HCFMUSP - - SP - BRASIL, Universidade São Judas - Sp - SP - BR

Introdução: É consenso que mulheres na fase da menopausa apresentam maior risco cardiovascular pela ausência de cardioproteção dos hormônios estrógenos. Neste estudo, foi verificado a influência de diferentes períodos de exposição à privação ovariana em fêmeas geneticamente propensas a desenvolver aterosclerose. Desta forma, o objetivo do estudo foi avaliar capacidade funcional, desfechos hemodinâmicos, modulação autonômica cardiovascular, função e estrutura cardíaca em camundongos fêmeas Apoe-Ko submetidas a diferentes períodos de exposição à privação ovariana. Métodos: Para isso, foram utilizados 24 camundongos fêmeas ApoE-KO divididos em três grupos experimentais (n=8 cada): grupo controle com 15 meses de vida (C); grupo privação ovariana, com animais ooforectomizados no 6 mês de vida, e acompanhados até o 15 mês de vida (O); e grupo privação ovariana precocemente, com animais ooforectomizados no 3 mês de vida, acompanhados até o 15 mês de vida (OP). Os grupos ooforectomizados foram submetidos à retirada bilateral dos ovários. Ao final do protocolo, foi realizada ecocardiografia e registro direto da pressão arterial após a realização do procedimento de canulação. Na sequência, foram realizados testes para medir modulação autonômica cardiovascular e sensibilidade barorreflexa. Resultados: Os grupos experimentais ooforectomizados apresentaram aumento da espessura relativa da parede do ventrículo esquerdo (C: 0,59±0,03; O: 0,78±0,04; OP: 0,75±0,06 mm), aumento da onda E (C: 540,30±49,63; O: 756,3±49,71; OP: 730,8±45,23 ms), e bradicardia em repouso (FC: C: 705±19; O: 584±25; OP: 430±47 bpm). Já o grupo ooforectomizado precocemente apresentou menor capacidade funcional (C: 9.61±0.56; O: 10.29±0.59; OP: 7.39±0.38 minutos), redução sistêmica da pressão arterial (PAM: C: 130.50±6.31; O: 113.30±4.81; OP: 100.40±6.13 mmHg), modificações morfométricas cardíacas (massa do ventrículo esquerdo: C: 59.69±3.62; O: 75.31±4.95; OP: 79.96±5.99 mm; diâmetro do átrio esquerdo: C: 59.69± 3.62; O: 75.31± 4.95; OP: 79.96±5.99 mm), maior modulação simpática cardíaca (BF-IP: C: 25.49±3.28; O: 16.77±3.56; OP: 49.83±0.74 u.n), e vascular (BF-PAS: C: 4.56±1.71; O: 4.32±1.50; OP: 26.75±12.92 abs), menor modulação parassimpática cardíaca (AF-IP: C: 74.51±3.28; O: 83.23±3.56; OP: 50.17±0.74 u.n) e aumento no balanço simpatovagal (BF/AF: C: 0.35±0.07; O: 0.22±0.06; OP: 0.99±0.03 u.n). Conclusão: A maior exposição a privação ovariana promove piores desfechos autonômicos e modificações na estrutura cardíaca em modelo experimental de aterosclerose.

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