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Registro GenBra na Síndrome do QT longo congênito tipo 3. Um desafio para o tratamento e prevenção de morte súbita.

Bruna G. Gustinelli, Luciana Sacilotto, Savia Bueno, Lais Oliveira Toledo, Gabrielle Darezzo Pessente, Tan Chen Wu, Esteban Rivarola, Denise Hachul, Francisco Darrieux, Mauricio Scanavacca
INSTITUTO DO CORAÇÃO DO HCFMUSP - - SP - BRASIL

Introdução: A síndrome do QT longo tipo 3 (SQTL3) é uma canalopatia rara, cerca de 5% dos pacientes (pcts) com SQTL. Uma das peculiaridades da SQTL3 é a menor resposta ao propranolol, sendo necessária a associação com ranolazina ou mexiletina, esta última indisponível no Brasil. Objetivo: Nesta análise retrospectiva de uma coorte de pcts com LQTL3 em hospital universitário no Brasil objetivamos relatar os desafios no tratamento diante a indisponibilidade de medicações. Métodos: Estudo longitudinal, observacional, unicêntrico de pcts com diagnóstico clínico e molecular de SQTL3. Foram avaliados os dados demográficos, o primeiro intervalo QTc disponível, sintomas e evolução clínica. Resultados:183 pcts com LQTS, 16/183 (8%) eram LQTS3. A média de idade ao diagnóstico foi 30 anos, 10/16 (62%) do sexo masculino, 50% probandos. Síncope foi a apresentação inicial em 4/16 (25%), morte súbita abortada (MSC) em 2/16 (12,5%); 10/16 (62%) eram assintomáticos. Para análise de associação genótipo-fenótipo, os sintomas foram observados em repouso/sono em 83% dos pcts. Todos os pcts tinham testes genéticos positivos para SCN5A, 1/16(6,25%)  overlap com síndrome de Brugada. Frequência cardíaca média de 55bmp,o  intervalo QTc 523 ms. Todos os pcts foram submetidos ao ecocardiograma e apresentavam função ventricular esquerda preservada.  Eram portadores de CDI 6/16(37,5%) (2 por MSC abortada, 3 por síncope e 1 por suporte terapêutico (intervalo QTc > 500 ms e bradicardia sintomática). 13/16 (81,25%) estavam em uso de 2 drogas, 5/16(31%) estavam em uso de ranolazina, sem resposta satisfatória, 3/16(18%) estão em uso de mexiletina com boa resposta, 3 pcts não usaram propranolol por apresentarem intolerância (1 broncoespasmo, 1 recusa e 1 bradicardia extrema e hipotensão arterial). 3/17 (17,6%) pcts tiveram terapia adequada pelo CDI, 2/16(12%) necessitaram de marcapasso, 1/17 faleceu quando a frequência cardíaca do marcapasso foi reduzida para FC nominal (fim da bateria), 1 criança apresentou tempestade elétrica, com variante genética específica com resposta à mexiletina, 1/16(6,5%) fez simpatectomia. Conclusão: A morte súbita pode ser a primeira manifestação clínica em pacientes com SQTL3 não tratados. A resposta ao propranolol foi parcial, sendo frequente a associação de bloqueadores de sódio e o uso do CDI. No Brasil, diante da indisponibilidade desses antiarrítmicos, o tratamento representa um grande desafio. 

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16 à 18 de junho de 2022