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Resposta do coração da mulher atleta de futebol profissional

Rodrigo Otávio Bougleux Alô, Daniel Jogaib Daher (in memorian), Thiago Ghorayeb Garcia, Cléa Simone Sabino de Souza Colombo, Nabil Ghorayeb
INSTITUTO DANTE PAZZANESE DE CARDIOLOGIA - - SP - BRASIL, HOSPITAL DO CORAÇÃO - - SP - BRASIL

Introdução: Mulheres atletas estão cada vez mais atuantes e sendo submetidas a uma carga de treino cada vez mais elevada e suas consequências ainda são pouco conhecidas no que tange atletas de futebol em treinamento intenso e prolongado, diferentemente dos dados já bem estabelecidos na literatura internacional em relação as atletas de endurance. 

Material: Foram avaliadas 47 atletas profissionais consecutivamente em APP, com idades entre 17 e 33 anos (média 25,2),tempo médio de atividade de 9,7 anos e tempo médio de treinamento/dia de 5,5 horas. Realizados história médica e esportiva, exame físico, ECG, Teste Ergométrico (Rampa, limitado por esxaustão ou sintomas/sinais) e Ecocardiograma com doppler colorido, além de exames laboratoriais.
 
Resultados: ECG com alterações foram 32 (68%), sendo 18 (38,2%) com bradicardia sinusal; 10 com DCRD (21,2%);4 com BAV de 1º grau (8,5%); 9 com alterações da repolarização ventricular (19,14%); 1 com repolariazação precoce (2,1%) e 1 com BDAS (2,1%). No ECO apenas 1 atleta com hipertrofia de VE (HVE) (2,1%) e 1 com PVM (2,1%). Três atletas apresentaram alerações no TE, sendo 1 (2,1%) com extrassístoles ventriculares (EV) frequentes isoladas em todas as fases; 1 (2,1%) com EV polimórficas no esforço e período de taquicardia ventricular não sustentada na recuperação (submetida a Ressonância Magnética que se revelou normal) ; 1 (2,1%) com infradesnível do segmento ST horizontal e onda T negativa, apenas na recuperação, sem sintomas associados (com cintilografia normal). Os exames laboratoriais não apresentaram alterações com significado clínico relevante.  
 

Conclusões e Discussão: Atletas mulheres profissionais de futebol parecem não desenvolver ao ecocardiograma as alterações típicas do “coração de atleta” descritas em homens. As alterações comumente encontradas ao ECG em atletas foram diagnosticadas em 68% do grupo estudado, enquanto apenas uma atleta apresentou sinais de HVE. Esses achados sugerem que tais adaptações podem ocorrer em mulheres, ainda que fora dos padrões ecocardiográficos aceitos atualmente para definição dessa condição, não estando no escopo deste estudo a comparação entre os gêneros assim como a avaliação indexada dos parâmetros ecocardiográficos, sabidamente aumentados nas mulheres atletas quando comparada aos homens (braço deste estudo já em andamento). Avaliar outras variáveis, principalmente de forma indexada e assim como métodos mais sensíveis, podem ajudar a entender melhor esse aparente paradoxo.

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42º Congresso da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo

16 à 18 de junho de 2022