Introdução: A incidência do choque cardiogênico tem reduzido significativamente devido às atualizações do tratamento e do diagnóstico precoce das síndromes coronarianas. Contudo, a mortalidade ainda é alta, aproximando-se de 50%, tornando-se um desafio para a equipe médica. A literatura aponta que o uso precoce de balão intra-aórtico (BIA) pode otimizar os desfechos favoráveis. Objetivo: Avaliar o uso de balão intra-aórtico precoce como fator de proteção para o desfecho de mortalidade em pacientes com choque cardiogênico, e com infarto agudo do miocárdio com supradesnivelamento do segmento ST (IAMCSSST). Métodos: Estudo observacional a partir de dados secundários. A partir de uma amostragem não probabilística de 380 pacientes com IAMCSSST atendidos entre 2005 e 2018, foram selecionados os individuos que evoluíram para choque cardiogênico (129 pacientes). Estes foram randomizados segundo o uso de BIA precoce. Resultados: Nessa amostra obsevou-se que 59% pacientes usaram BIA. A mortalidade hospitalar global foi de 51% e a variável idade acima de 70 anos mostrou-se como fator risco indenpendente para mortalidade (RR: 1,56, IC: 1,10-2,22; p=0,01). O uso de BIA foi um fator de proteção para o desfecho de mortalidade (RR: 0,66; IC: 0,47-0,91; p=0,02), e mesmo na mortalidade ajustada pela idade, o uso de BIA ainda mostrou-se como um fator de proteção (RR: 0,61; IC: 0,40-0,93; p=0,02). Conclusão: O uso de BIA é um fator de proteção para desfechos de mortalidade, mesmo em individuos em idade avançada.