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Associação entre dimensão do átrio esquerdo e desenvolvimento de fibrilação atrial em pacientes com estenose mitral reumática

João Ricardo Cordeiro Fernandes, Vitor Emer Egypto Rosa, Matheus Abreu de Sousa Santos, Rafael Augusto Branquinho Silveira, Tarso Augusto Duenhas Accorsi, Guilherme Sobreira Spina, Flavio Tarasoutchi
INSTITUTO DO CORAÇÃO DO HCFMUSP - - SP - BRASIL

Introdução: Pacientes portadores de estenose mitral (EMi) reumática têm risco elevado de fibrilação atrial (FA), especialmente devido ao aumento das dimensões do átrio esquerdo (AE). Todavia, muitos episódios de FA não são clinicamente manifestos ou têm como primeira apresentação a ocorrência de evento tromboembólico, como acidente vascular cerebral (AVC). A associação de EMi reumática e FA demanda o uso de anticoagulação oral, para a prevenção de fenômenos tromboembólicos. Todavia, não há até o presente momento recomendação formal para o uso de anticoagulante oral em pacientes com EMi, ritmo sinusal e AE aumentado.

Métodos: Foram avaliados 93 pacientes portadores de EMi anatomicamente importante, de etiologia reumática, em ritmo sinusal e sem documentação prévia de FA, de instituição terciária. Os pacientes foram submetidos a avaliação clínica e a realização de eletrocardiograma de repouso (ECG), ecocardiograma transtorácico e holter de 24 horas, este último com o intuito de aumentar a sensibilidade de detecção de episódios de FA. Além disso, os pacientes mantiveram-se em seguimento clínico, com a realização de ECGs seriados.

Resultados: Não houve associação estatisticamente significativa entre dimensão do AE (> ou < 55mm) e ocorrência de FA no holter de 24 horas (p 0,650). Da mesma maneira, não houve relação entre AE aumentado (> 55mm) e incidência de arritmias consideradas precursoras de FA no holter (taquicardia atrial com pelo menos 20 batimentos ou densidade elevada de extrassístoles atriais, ou seja, > 30 por hora), com p respectivamente 0,274 e 0,212. No seguimento clínico, ocorrência de AVC não foi mais prevalente nos pacientes com AE > 55mm (p 1,00), da mesma maneira que não houve relação entre tamanho do AE (> ou < 55mm) e incidência de FA nos ECGs seriados (p 0,950).

Conclusão: No presente estudo, com 93 pacientes portadores de EMi importante reumática em ritmo sinusal, não foi encontrada associação entre tamanho do AE e incidência de FA, mesmo com o emprego de holter de 24 horas. Dessa forma, a avaliação de uma monitorização mais prolongada (loop event recorder de 7, 14 ou até 30 dias) pode ser útil para a detecção precoce de FA subclínica nessa população de alto risco tromboembólico, permitindo assim uma melhor prevenção de episódios de AVC.

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