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Desfechos cardiovasculares de longo prazo com prasugrel versus clopidogrel em síndromes coronarianas agudas: Análise de mundo real e pareada para escore de propensão

Renato de Carvalho Barros, Gustavo Alexim, Ana Claudia Cavalcante Nogueira, Alexandre Anderson de Souza Munhoz Soares, Luiz Sergio Fernandes de Carvalho
HRS - Brasilia - DF - Brasil

Introdução: Prasugrel é um agente antiplaquetário tienopiridínico, que pode ser uma importante alternativa ao clopidogrel em pacientes com síndrome coronariana aguda (SCA) tratados por meio de intervenção coronária percutânea. Apesar do papel já estabelecido do clopidogrel nessas condições, não há estudos de mundo real em longo prazo comparando clopidogrel versus prasugrel.

Objetivo: Avaliar o risco a longo prazo de eventos cardiovasculares adversos maiores (MACE) em pacientes com SCA em uso de prasugrel ou clopidogrel

Métodos: Este estudo é uma análise retrospectiva de todos os indivíduos que foram internados com diagnóstico principal de síndrome coronariana aguda no período de 2013 a 2015 e submetidos a cateterismo cardíaco em hospitais públicos de Brasília-DF (Brasil). O grupo total foi dividido em dois grupos: o primeiro grupo de pacientes tomou clopidogrel e o segundo grupo tomou prasugrel. O desfecho clínico primário foi o composto de morte CV e SCA recorrente (MACE). Análises multivariadas com 16 covariáveis ​​foram realizadas e seguidas de análise de propensity score matching (PSM).

Resultados: Um total de 2.491 pacientes com diagnóstico principal de SCA foram incluídos (1.616 com clopidogrel e 875 com prasugrel) e acompanhados durante uma mediana de 6,5 (IQR 1,9) anos com 742 eventos primários. O clopidogrel foi associado a altas taxas de MACE em 12 meses (20,1% vs 11,8%, p<0,001, 428 MACE) e 24 meses (23,8% vs 17,7%, p<0,001, 540 MACE) comparado ao prasugrel, mas as curvas se equalizaram aos 36 meses (25,9% vs 26,6%, p=0,740) e permaneceram equalizadas até a mediana do tempo de seguimento. Na análise multivariada, o prasugrel mostrou uma razão de risco (HR) 0,61 (IC 95% 0,47-0,78 em 12 meses), 0,78 (IC 95% 0,63-0,96, p<0,001 em 24 meses) e 0,94 (95 % CI 0,78-1,1 aos 36 meses). Os resultados foram mantidos na análise PSM. O tempo médio de prasugrel nesta coorte foi de 22,1 (IQR 5,9) meses.

Conclusão: A partir destes achados, apesar do já conhecido papel que o prasugrel tem na diminuição do risco de MACE na SCA, estes resultados parecem não se sustentar a longo prazo. Os dados revelam que após a interrupção do uso dos medicamentos houve aumento na quantidade de eventos cardiovasculares adversos maiores no segundo e terceiro ano de seguimento para os pacientes do grupo prasugrel. Portanto, o benefício do uso do prasugrel é neutralizado ao longo do tempo.

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